A Escolha
Toda a escolha supõe opções. Deixar algo, ou alguém, e eleger quem espera que corresponda à confiança depositada, ou desejada. O jovem, quando pensa em escolher uma carreira, terá que renunciar a muitas outras para poder realizar a que escolhera. Quem pensa em casamento também terá que renunciar às demais mulheres, ou homens, para poder realizar seus sonhos e seus planos de felicidade.
Toda a escolha exige renuncias. A indecisão também é uma escolha. A pior. Pois não se define por lado algum, ou por projeto nenhum. Triste situação é a de quem percorre tantas opções de vida, de emprego, de carreiras, de profissões e religiões sem se definir, sem se afirmar e sem assumir.
Estamos em eleições políticas. Hora de escolher. As dúvidas são muitas: quem escolher? Quem eleger? Muitos serão ainda os que não escolhem e nem determinam seu voto. Preferem anular ou votar em branco. Essa indiferença poderá custar caro, pois continuarão numa situação incômoda de amargar essa indiferença e não sustentar suas convicções de patriota consciente e promotor da justiça, da verdade e do bem.
Cada qual é livre em suas escolhas. Mas essa liberdade exige seriedade e responsabilidade. Não é votar por votar. Mas é comprometer o voto com a vigilância sobre quem escolhe para administrar os bens que pertencem à comunidade. Não acreditar em promessas. Não se deixar influenciar pelas propostas. É preciso ter claro o currículo de vida e de convivência de quem espera ser digno em exercer o mandato.
Escolher! Nem sempre será fácil. Especialmente quando a partir da escolha depender o futuro de uma comunidade, depender o rumo e toda uma proposta de vida. Quando penso nisso, penso em São Francisco de Assis. Jovem entusiasta por festas, por serestas e por vida fácil e farta. Num determinado momento encontra-se frente a uma escolha existencial.
O mundo não lhe agrada mais. As festas se tornaram vazias. Os amigos deixaram de ser sinceros. Tornaram-se apenas companheiros e aproveitadores. Ele precisava de alguém muito amigo. Seu próprio pai lhe cobrava muito e lhe oferecia pouco. Francisco entra por um caminho até então desconhecido. E na sua sede de encontrar algo que lhe assegurasse firmeza em suas convicções, entra numa igreja e escuta atentamente a palavra de Deus.
A partir dessa palavra de Deus descobre que dentro dele mesmo existiam as forças suficientes para transformar a si e ao mundo. Começou pelo mais simples. Começou reconstruindo um templo que estava em ruínas.
Não percebera valores maiores. E quando esses lhe foram revelados, transformou-se em arauto do evangelho no mais genuíno sentido.
Passa a elaborar convicções, a semear testemunhos e a atrair muitos outros que também buscavam eleger valores evangélicos que assegurassem a paz interior, a alegria perfeita e a convivência fraterna.
Exemplo de escolha de vida que até hoje atrai admiradores e discípulos.