Encarnação e virtualidade
Natal é a festa da Encarnação do Filho de Deus, revelação amorosa que resgata o ser humano. Nele somos chamados também a encarnar na vida o Evangelho. Em todos os nossos atos, por sua Graça, devemos ser presença Dele neste mundo. Nos nossos afazeres, nos nossos dizeres, no trabalho, na família, nos meios virtuais da internet.
Podemos confundir virtual como ‘imaginário’, ‘ilusório’, ‘faz de conta’ e pensar que nas redes sociais nossas falas, postagens, não são reais e encarnadas. Admiramos hoje quando deparamos com insultos entre fiéis de uma mesma comunidade por assuntos diversos – nos últimos tempos principalmente de cunho político partidário – realizado nos facebook, no WhatsApp e, na missa dominical seguinte, agir como se aquilo não fosse um erro grave que fere o corpo de Cristo, sendo interpretado apenas como uma ‘virtualidade’.
Percebemos aqui a ‘indigestão’ da compreensão real da Encarnação para muitos ‘cristãos’, que negam em seus comportamentos o próprio Natal do Senhor, mas estão ávidos para fazer a coroa do advento, de cantar músicas, tocar sinos e louvar algum deus desconhecido.
A Encarnação somente pode ser celebrada com a vida, pois muitos vão dizer “Senhor, não fizemos o que pediu?” confundindo ritualismo com a vinda de Jesus Cristo na carne. É preciso muito mais que decorar formulas e dizer que está caminhando com Deus, quando na realidade, alimenta o ódio e a divisão nas redes sociais, promovendo a destruição da imagem de divina, causando escândalo em um mundo já ferido pelo pecado.