Carta aberta dos Frades Menores Capuchinhos da Província Nossa Senhora de Fátima do Brasil Central

 “Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia.” (Ap 21, 1)

Reunidos em assembleia anual, nós, Frades Menores Capuchinhos da Província Nossa Senhora de Fátima do Brasil Central, vimos a necessidade de nos manifestarmos diante da realidade social, política e econômica de nosso País, que, por sua vez, está tendo reflexos nas comunidades que acompanhamos.

Diante do contexto em que as pesquisas mostram ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, agravado pela corrupção sistêmica e cultural, com sinais visíveis no aumento da população em situação de rua e da diminuição do poder de compra do salário mínimo, convocamos todas as pessoas a buscarmos a comunhão em Cristo em vista dos que se encontram em situação de vulnerabilidade: os empobrecidos, marginalizados e oprimidos, negros e povos indígenas, pequenos agricultores e assentados, acampados e moradores das periferias das nossas cidades, desempregados e trabalhadores informais, migrantes e refugiados.

Nós, Frades Menores Capuchinhos, por força do Evangelho, chamados a sermos guardiães da justiça social, da fraternidade, da paz e do bem, não podemos ficar apáticos diante desta realidade.

Comungamos com a CNBB, em sua afirmação da 56ª Assembleia anual, a saber: “não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político. As ideologias levam a dois erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo numa espécie de ONG, sem levar em conta a graça e a união interior com Cristo; por outro, viver entregue ao intimismo, suspeitando do compromisso social dos outros e considerando-o superficial e mundano (cf. Gaudete et Exsultate, 100-101)”.

Comprometemo-nos na busca da construção de uma fraternidade capaz de superar a violência, para que sejamos todos irmãos e irmãs (CF 2018).