Sabedoria e Gratuidade
O que pedir a Deus? Nós sabemos pedir corretamente? Não há como negar que a religiosidade hoje está influenciada por nossa sociedade de consumo. Assim, as relações econômicas, a linguagem que usamos no dia-a-dia acabam por adentrar no campo religioso. Vemos claramente tal situação nas novas igrejas evangélicas influenciada principalmente pela Teologia da Prosperidade: a ideia de fazer algo a Deus e receber uma benção de volta. E normalmente a benção é em forma de bens materiais e/ou dinheiro.
Na nossa prática de católicos também podemos correr o risco de tentar fazer trocas com Deus. Querer que Ele nos dê alguma coisa por meio de um esforço nosso. Neste caso, não existe relação gratuita, mas um comércio. Acabamos por ser negociadores com o Divino.
O que pedir? Na leitura de Domingo ouvimos/ouviremos como que Salomão agradou a Deus. Ele podia ter pedido outras coisas, mas pediu sabedoria. Quem dera se assim também pudéssemos proceder. Pedir o que é mais importante e não bens materiais ou outras situações que tem como centro nós mesmos e não o Reino de Deus. A Religião não deve prestar para nossos propósitos egoístas, mas sim, para o crescimento maduro de toda a humanidade.
Para encontramos a verdadeira sabedoria é necessário buscar uma maior intimidade com Deus. Por meio da oração pessoal, comunitária e participação nos sacramentos. Quando fazemos isso, aos poucos vai nascendo em nós um gosto pelas coisas de Deus. Uma alegria em servi-lo. Encontraremos nosso tesouro e ‘venderemos’ tudo que temos. Ou seja, deixaremos tudo que atrapalha nosso seguimento de Cristo Jesus. E perceber isso é uma bela descoberta, ação de Deus em nós.
Oração
Senhor dê-nos um coração aberto a sua graça. Ajudai-nos a pedir corretamente para que sejamos cada dia mais inseridos de seu Reino. Em nossas amarguras saibamos olhar as possibilidades para nosso crescimento e nas alegrias, saibamos partilhar o Dom recebido. Amém.