Tamanho do Texto:
A+
A-

Ministro Geral pede em carta que os frades sejam homens de perdão

17/02/2016 - 09h10
Fr. Mauro Jöhri convocando os frades para a importância do perdão, no ano da misericórdia.

No ultimo  dia 11 de fevereiro,  logo apos o encontro dos capuchinos com o Papa Francisco, que aconteceu o dia 09/02 em Roma, com a presença de mais de mil frades dos continetes,  o Miniitro geral da Ordem dos frades menores capuchinhos, Fr. Mauro Jöhri envia carta às fraternidades dos capuchinhos de todo o mundo chamando a atenção para a misericórdia.

 

Prot. N.00109/16

A todos os frades da Ordem: Sede homens de perdão

 

Caros confrades, o Senhor lhes dê a paz!

 

No dia 23 de setembro do ano passado, comunicava-lhes a bela notícia de que o Papa Francisco tinha pedido à nossa Ordem para levar a Roma, por ocasião do Jubileu da Misericórdia, os restos mortais dos nossos Santos Leopoldo Mandić e Pio de Pietrelcina. Com este pedido, o Papa quis mostrar à Igreja e ao mundo dois excelentes sinais de homens que doaram a própria existência para anunciar a misericórdia do Senhor através do sacramento da Reconciliação. Na mesma carta, comunicava-lhes que o Papa Francisco nos acolheria para celebrar a eucaristia com ele, e lhes convidava a fazer de tudo para estar presentes a este feliz evento. Agora, escrevo-lhes enquanto os restos mortais dos dois Santos retornam aos respectivos santuários, e quero expressar a minha gratidão por terem aderido ao meu pedido. Para mim, e estou certo de que também para vocês, foi uma grande alegria ver mais de 1.200 Frades Menores Capuchinhos rezarem com o Papa Francisco, escutar a sua palavra, ouvir as expressões de alegria dos frades que se encontravam, se reviam, alegres em poder agradecer ao Senhor pela santidade de Pio e Leopoldo. Concluímos a nossa inesquecível manhã com a passagem pela Porta Santa, e ficamos em oração diante das urnas dos nossos Santos irmãos.

 

 

Os restos mortais dos Santos foram acolhidos em três lugares: na Basílica de São Lourenço fora dos Muros, na Igreja de São Salvador em Lauro e na Basílica de São Pedro no Vaticano. O número das pessoas que quiseram venerar os nossos santos confrades superou toda expectativa. Vimos tantas e tantas pessoas colocarem-se em fila desde as primeiras horas da manhã, homens e mulheres atraídos pela santidade, desejosos em elevar uma oração de agradecimento ou para pedir auxílio para as diversas fadigas que visitam a existência. Estes nossos dois Santos frades transcorreram grande parte de suas vidas ministrando o sacramento da reconciliação, e transformaram o confessionário, de ângulo apertado e escuro, em lugar de graça e perdão. A homilia que nos ofereceu o Papa Francisco durante a eucaristia evidenciou a graça do perdão sacramental: “A vossa tradição, dos capuchinhos, é uma tradição de perdão, de dar perdão. Entre vós, há tantos bons confessores”. O Papa nos recordou que aquele que é capaz de perdoar é consciente de ser um pecador, e pede sempre o perdão para si mesmo. O Papa prosseguiu, dizendo: “Mas vós, capuchinhos, tendes este dom especial do Senhor: perdoar. E vos peço: não canseis de perdoar”. Em seguida, ressoou forte o apelo: “Sede homens de perdão, de reconciliação, de paz!”. Irmãos caríssimos, acolhamos este convite para nutrir as nossas relações fraternas e, quando inevitavelmente surgirem conflitos e incompreensões, jamais nos cansemos de refazer o caminho do perdão oferecido reciprocamente. A nossa vocação nos chama a promover a reconciliação e a paz também nos lugares onde transcorremos a nossa vida, e isso exige um caminho de contínua conversão, para nos abrirmos humildemente a reconhecer que necessitamos da presença amorosa do Senhor e da Sua graça. Não podemos nos esquivar do convite para percorrer o caminho da santidade! Os dois Santos, Leopoldo e Pio, e a incontável fileira de Santos e Bem-aventurados de nossa Ordem nos repetem, não tanto com palavras, mas com a força de atração que continuam a exercer. Lembremos que os santos não são pessoas autorreferenciais e possessivas; a finalidade de suas vidas é a de atrair as pessoas a Deus e ao Seu perdão. A eucaristia celebrada com o Papa Francisco nos permitiu de expressar-lhe reconhecimento e gratidão. Dizia expressamente nas minhas palavras de agradecimento pronunciadas ao fim da celebração: “Santo Padre, os Frades Capuchinhos aqui presentes, provenientes de todo o mundo, mas também aqueles que não puderam vir, especialmente os nossos enfermos e idosos que têm dedicado a vida com alegria no confessionário, na pregação, na educação, nos hospitais, nas prisões, em dar a cada dia um prato de sopa em nossas inúmeras mesas para os pobres, dizem-vos com simplicidade que vos querem bem e que rezam por vós, como a cada domingo nos pedis para fazer”. E, por fim, pedi-lhe “para sustentar-nos e de jamais deixar faltar a vossa Bênção de Pai, a fim de que cada um de nós, cada Frade Capuchinho, viva a pobreza na alegria, servindo na pureza de coração e amando a obediência à Igreja, dispostos a ir aonde ninguém quer ir! Obrigado, Santo Padre!”.

 

 

Caros irmãos, vivemos um momento muito belo e forte; agora, cabe a cada um de nós, a cada fraternidade, interrogar-se sobre como pretende traduzir na concretude quotidiana o quanto temos recebido nestes dias ricos de encontros e de estímulos para a nossa vida de frades menores capuchinhos. Iniciamos ontem o tempo forte da Quaresma, permitamos ao perdão de habitar abundantemente em nosso coração e nas nossas casas.

 

 

Que o bom Deus nos abençoe a todos em nosso caminho de renovação. De minha parte, aproveito da ocasião para saudá-los, um a um, com um caloroso abraço fraterno.

 

 

Roma, 11 de fevereiro de 2016
Memória de Nossa Senhora de Lourdes

 

 


Fr. Mauro Jöhri
Ministro Geral OFMCap.

 

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Frei João Carlos Romanini (Frat. Imaculada Conceicao)

Deixar um comentário