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Capuchinhos serão homenageados pela Câmara de Vereadores de Lagoa Vermelha

09/06/2016 - 17h31
Os 120 anos de presença dos Capuchinhos no RS, os 113 de atuação dos freis em Lagoa Vermelha e os 68 anos da Rádio Cacique marcarão homenagem e celebração

Na próxima segunda-feira (13), a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos no Rio Grande do Sul será homenageada em Sessão Solene pela Câmara de Vereadores de Lagoa Vermelha, às 18h30min, no salão paroquial da Igreja Santo Antônio. O objetivo é recordar os 120 anos da chegada dos primeiros freis franceses em solo gaúcho, os 113 de atuação dos Capuchinhos em Lagoa Vermelha e os 68 anos da Rádio Cacique AM, completados no último dia 26 de maio. Em seguida, às 20 horas, será realizada uma celebração, presidida pelo ministro provincial, frei Cleonir Paulo Dalbosco, que recordará estas importantes datas para a comunidade de Lagoa Vermelha (RS).

Os Capuchinhos mantém forte relação com o município em função de suas raízes missionárias, pela marcante presença evangelizadora dos freis junto à comunidade, e ainda, pela importância impressa na área da saúde, educação e de comunicação. Atualmente, Lagoa Vermelha é atendida por cinco freis, frei Marcelo Alves de Carvalho, frei Germano Miorando, frei Luciano Lampert, Frei Vilson Pasquali e frei Nadir Segala, que atuam na Paróquia Santo Antônio, de Lagoa Vermelha, e nas Rádios Cacique AM e Maisnova FM. Na região, ainda os freis estão presentes nas Paróquias de André da Rocha e Ibiraiaras.

Os 120 anos de presença dos Capuchinhos no Estado estão sendo lembrados ao longo deste ano com uma variada programação religiosa, atividades, eventos e homenagens, entre elas, no Senado Federal e Assembleia Legislativa (março) e Câmaras de Vereadores de alguns municípios onde os Capuchinhos realizam um exemplar trabalho - além de Lagoa Vermelha, em Marau e Garibaldi (abril); Caxias do Sul (maio); e Vacaria (marcada para setembro).

 

 

Principais fatos históricos:

 

A partir de 1903 os freis Capuchinhos franceses, Bruno de Gilonay, Germano de Saint Sixt e Alfredo D’Arves, vinham de Vacaria em jornada missionária, evangelizando Lagoa Vermelha, Sananduva e Getúlio Vargas; anos depois, em dezembro de 1908, frei Germano de Saint Sixt foi declarado pároco de Lagoa Vermelha. Em março de 1932, os freis Antonio Bampi e Domingos Rigon chegaram no município pregando as Missões.

Na década seguinte, em fevereiro de 1943, frei Celestino Dotti inaugurou o Hospital São Paulo; em fins de 1944, com a vinda de Dom Candido Bampi, foi inaugurada a Escola Duque de Caxias, no centro da cidade; em 1948, frei Celestino Dotti toma posse na Paróquia São Paulo Apóstolo;

Em 1951, frei Humberto Matana toma posse da paróquia, com a presença de Dom Candido Bampi; no dia 26 de maio de 1953, frei Celestino Dotti, adquiriu a Rádio Difusão Sul Brasil Ltda, de Erechim e a transformou em Rádio Cacique (AM), instalado-a na cripta da Igreja São Paulo. Foi fundada a Paróquia Santo Antônio, em 1967, e empossado o novo pároco, frei Mateus Dolzan e o vigário paroquial, frei Bonifácio Bianchi.

O ano era 1975, e o provincial dos Capuchinhos, frei Angelo Domingos Salvador, passa a Paróquia São Paulo Apóstolo aos cuidados do clero diocesano; já em 1976, foi instalada a Fraternidade Santo Antônio e a sede da Rádio Cacique; no final de 1978, frei Mateus, sob protestos dos paroquianos, foi transferido para Vespasiano Correa, onde faleceu um ano depois vítima de derrame cerebral e parada cardíaca.

Em março de 2009, os Capuchinhos, através da Fundação Educativa Nordeste, mantenedora da Rádio Cacique, ganha a concessão e começa a operar com a Rádio Maisnova FM 104.3, de Lagoa Vermelha. Daqui um ano, no dia 13 de junho de 2017, será celebrada Bodas de Ouro da Paróquia Santo Antônio.

 

História e Trajetória Capuchinha no RS

 

No dia 05 de dezembro de 1895 dois cultos e dinâmicos frades franceses da Província de Savoia, frei Bruno de Gillonnay e frei Leão de Montsapey, acompanhados pelo ministro provincial, frei Rafael de La Roche, embarcaram rumo ao Sul do Brasil visando implantar um novo projeto missionário junto aos imigrantes italianos. Na primeira semana de janeiro de 1896, chegaram a Porto Alegre, mas a opção dos Capuchinhos, no entanto, foi Conde d’Eu (Garibaldi), aonde chegaram pela tardinha do dia 18 de janeiro de 1896, data que marca a fundação da Missão dos Capuchinhos no Rio Grande do Sul. A atuação Capuchinha no Estado foi alicerçada por frei Bruno de Gillonnay, em cinco direções: Missões populares, Pastoral paroquial, Escolas vocacionais, Ensino para os filhos dos imigrantes e Imprensa.

 

A Missão no RS foi elevada à categoria de Província em 1942. Assim, a Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul é considerada a primeira província do hemisfério Sul e da América Latina e, hoje, está entre as cinco maiores do mundo. Atualmente, com 246 membros, sendo 180 freis no Rio Grande do Sul e de Santa Catarina; 45 na Custódia Provincial Brasil Oeste - Mato Grosso e Rondônia e 21 na Delegação Provincial do Haiti. O entusiasmo missionário já levou os capuchinhos gaúchos a atuar em Portugal, em vários países da África, na Nicarágua, na República Dominicana, França, Haiti, Brasil Central (Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Goiás), interior de São Paulo, Mato Grosso e Rondônia. A Ordem dos Frades Menores Capuchinhos iniciou na Itália em 1528 e, atualmente, está presente em 108 países. No Brasil, está organizada em 10 províncias e duas custódias, totalizando 1.100 frades. Na América Latina e Caribe conta com 30 províncias, cinco custódias e duas delegações.

 

Passados 120 anos de presença no RS, a ação dos capuchinhos, hoje, abrange missões populares, ações sociais (com mais de 20 projetos), pastoral paroquial e hospitalar, animação vocacional e escolas formativas, escola superior de teologia, museu, meios de comunicação (jornais, rádios em redes, sites e plataformas mobile), gráficas, centro de eventos e pousadas voltadas ao turismo e saúde sempre com a marca da alegria franciscana, da simplicidade e disponibilidade para atender as carências da sociedade, testemunhando o carisma do fundador Francisco de Assis.

 

texto: Margô Segat

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Frei João Carlos Romanini (Frat. Santo Antônio - Lagoa Vermelha)

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