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Guiados pelo Espírito

Publicado por Ir.Maria Bernarda | 17/04/2017 - 11:32
O Evangelista João afirma: “ Deus é Amor”(1Jo 4,8). Podemos acreditar, pois ele tinha acompanhado de perto o Jovem Galileu “que tinha tanto amor”. A vida de Jesus de Nazareth, de fato, foi revelação do insondável mistério de Deus-Amor. Acreditado pelos “sinais” e – sinal por excelência - pelo da Ressurreição, Ele revelou que Deus – poderoso e soberano –é Pai, é Amor. Em Jesus podemos enxergar e tocar o Amor do Pai à maneira humana (Jo 14,9) Ao amar-nos como homem, com coração humano, com afeto humano, Cristo torna visível o amor invisível do Pai. Visível e irrefutável, pois nos amou até a morte e pela morte doou seu Espírito-Amor, o Espírito Santo.
Todavia, depois daquele misterioso pecado de origem, a criatura humana tem dificuldade em aceitar-se dependente. Feita a imagem e semelhança de Deus, quer ser como Deus, poderosa e soberana, mas independente e com direito próprio, sem participar – por amor – na vida de quem é Amor. Como pode?! Amor significa, mais do que tudo, dom de si e é o vínculo que prende a criatura humana à realidade mais profunda de sua vida. Sem o amor ela vai ficar isolada, alienada de si, alienada dos outros, separada de Deus, verdade, sabedoria, fonte de toda fortaleza. Só pelo amor ela pode encontrar-se com seu próprio “eu” naquilo que tem de mais profundo; em seguida, com os outros “eu” e, finalmente, com a sabedoria e o poder de Deus, realidade última! O amor é o dom que sela toda a plenitude e a perfeição no ser humano e que lhe dá, em seguida, a dimensão divina fazendo dele um filho de Deus.
            A visão que o mundo oferece poderia nos desanimar: na sua mensagem para a Quaresma o Santo Padre observa: “Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda nossa incapacidade de intervir... “encontrando-nos relativamente bem, esquecemo-nos dos que não estão...” Hoje esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença” “Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar”         
          Deus nada nos pede que antes não no-lo tenha dado: nós amamos porque Ele nos amou primeiro ( 1Jo 4,19). Jesus nos exorta: amai-vos uns aos outros como eu vos amei (Jo 15,12), pois esta é a prova que amamos a Deus. A essência do cristianismo está aí.... Meditar a Palavra( ou seja conhecer sempre melhor Jesus num processo de conversão) guiados pelo seu Espírito recebido pelos Sacramentos da penitência e da Eucaristia, num crescendo de Fé, é bom programa para este “tempo de graça”.
 Tempo de oração: acolhamos com alegre fervor o convite às “24 horas para o Senhor” que o Papa Francisco nos faz para os dia 13 e 14 de Março. Acolhamos com profunda adesão a invocação ao Senhor Jesus: “Fazei nosso coração semelhante ao vosso”, para que seja forte e misericordioso, vigilante e generoso !
     (Ir.Maria Bernarda Clarissa Capuchinha)
 
 
 
Sobre o autor
Ir.Maria Bernarda

Monja das Irmãs Clarissa Capuchinhas  do Mosteiro Nossa Senora do Brasil em Flores da Cunha