05.12.1960 São Lourenço d'Oeste/Santa Catarina
08.01.1994 General Carneiro/Paraná
Frei Ângelo Valentini, filho de Dorvalino Valentini e Ida Francescheto, nasceu em São Lourenço do Oeste, Santa Catarina, aos 5 de dezembro de 1960.
Entrou no seminário de Ouro, Santa Catarina, aos 27 de fevereiro de 1970, sendo o diretor Frei Adelino Frigo. A vestição foi aos 10 de fevereiro de 1979, na igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba, tendo por mestre de noviciado Frei João Daniel Lovato. Fez a profissão temporária aos 10 de fevereiro de 1980 e a profissão perpétua em Florianópolis aos 19 de agosto de 1984, sendo Ministro provincial Frei João Daniel Lovato. Recebeu a ordenação sacerdotal das mãos de Dom José Gomes, aos 8 de fevereiro de 1986, na matriz de São Lourenço do Oeste, Santa Catarina.
Após sua ordenação passou a fazer parte da Equipe dos Missionários da Província. Em 1992 era responsável pela pré e pós-missão, tendo coordenado as missões populares em Santa Teresinha (Guarapuava) e São João Batista (Londrina). Nesse mesmo ano, freqüentou a primeira etapa do CEBI em Esteio (Rio Grande do Sul) e a segunda em Caxias do Sul (Rio Grande do Sul). Nesta sua atividade de missionário popular sofreu um acidente de automóvel, juntamente com Frei Antnio Valentin Colet, na BR 153, no município de General Carneiro, Paraná, vindo a morrer neste mesmo local aos 8 de janeiro de 1994.
Frei Ângelo era muito inteligente. Tinha a capacidade para falar coisas complicadas de forma atraente e acessível, sem perder a profundidade. Era excelente comunicador. Gostava de fazer palestras, programas de rádio, dar entrevistas na TV, cantar, tocar violão. Comunicava-se de forma bem humorada, tranqüila, fluente, permeada de exemplos esclarecedores. Prendia uma platéia por duas horas e ninguém se cansava.
Sabia dar atenção às pessoas, ouvi-las com interesse, valorizar seus dons, incentivá-las e confiar nelas. Contornava os problemas com diplomacia e estratégia. Amava sua vocação, gostava de ser frei, amava a Província e demonstrava muita coerência de vida.
Tinha como meta pessoal fazer um curso de especialização em Roma e outro na América e, mais tarde, lecionar por alguns anos. Defendia que ninguém, logo ao terminar a teologia, deveria especializar-se sem antes passar pelos menos uns três anos por uma experiência de vida fraterna e pastoral. De si mesmo fazia esta crítica: "Não tenho respaldo para fazer qualquer comentário, pois desde que fui ordenado sacerdote, somente trabalhei nas Missões. Porém, percebo que, como frei, terei ou poderia ter outra visão". Falava que gostaria de ficar mais três anos nas Missões e depois queria estudar.
Amava viver em fraternidade, mas não gostava que lhe chamassem atenção na hora de uma falha. Preferia terminar o que estava fazendo e somente depois ser avisado. Não improvisava e preferia planejar em equipe, detestando trabalhar sozinho. Por isso, não admitia improvisações. Em suas atividades pastorais preferia ter ao seu lado um frade mais idoso, porque dizia: "Sinto-me mais seguro com a experiência, idade e aparência dele".
Em seus trabalhos gostava de ter tempo para conversar, tomar chimarrão, para ler e rezar. Quando as coisas não iam conforme o planejado, ele se retraía. Magoava-se com facilidade e era demorado em perdoar e esquecer. Mas reconhecia que tinha esta limitação e lutava para trabalhá-la. Era uma esperança para a Província. Sua morte repentina deixou uma lacuna muito grande na Equipe dos missionários populares.
Foi sepultado em nosso cemitério de Butiatuba, Paraná.