A Vinda
Os Missionários capuchinhos já trabalhavam no Brasil colonial, real e imperial desde o século XVII. No princípio, eram capuchinhos franceses, que tinham vindo primeiro para o Maranhão e, depois, para a Bahia. Por contrato com o Rei de Portugal, passaram a vir capuchinhos italianos, de todas as Províncias, formando aqui um Comissariato, que tinha conventos em Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro. Sob as ordens do governo colonial e imperial, percorriam todo o país em suas missões. Mas não podiam abrir noviciados.
Em 1856, a pedido do Bispo de São Paulo, vieram capuchinhos franceses da Província da Sabóia, para cuidar do Seminário Diocesano de São Paulo. Destacaram-se pela sua cultura e permaneceram até 1878. Um fruto dessa época foi o Bispo Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira, pernambucano, que ingressou na Ordem na França e lecionou em São Paulo até ser feito Bispo de Olinda. Foi o primeiro capuchinho brasileiro.
Os capuchinhos italianos já tinham percorrido toda a província colonial e imperial de São Paulo quando Dom Pedro II, em sua última viagem à Europa, em 1887-1888, pediu mais missionários capuchinhos para evangelizarem os índios.
Nessa época, era Ministro Geral dos Capuchinhos Frei Bernardo de Andermatt, que abriu uma nova era querendo dar a cada Província européia uma Missão. Foi assim que vieram os capuchinhos de Trento, para trabalhar com os índios mas com a permissão de abrir um noviciado para acolher vocações brasileiras.
A Missão
Os Fundadores da Missão: Papa Leão XIII, Ministro Geral Bernardo de Andermatt, Provincial Bernardino de Lavalle, Missionários Félix de Lavalle, Luiz Maria de São Tiago e Caetano de Pietramurata.
Atendendo ao pedido do Imperador, Frei Bernardo de Andermatt, através de seu secretário, Frei Antonino de Reschio, pediu que a Província de Trento, então Áustria, se encarregasse da Missão.
Os passos foram dados com bastante rapidez e, no Capítulo Provincial de 1888, sob a presidência do Ministro Geral, foram designados os primeiros missionários. Aos 29 de julho de 1889, já estavam partindo para o Brasil.
Tiveram algumas dificuldades na viagem — em que houve a morte de um deles, Frei Vigilio de Trento — e na chegada, mas, já em 1890, tinham estabelecido a sede da Missão na cidade paulista de Piracicaba.
Além de se dedicarem à missões entre os índios, abriram diversos conventos. Em 1896 já estavam abrindo o primeiro seminário capuchinho do Brasil e, provavelmente, de toda a Ordem. Pouco antes (em 1892) tinham aberto o primeiro noviciado, acolhendo o irmão leigo italiano Frei Antônio de Drena. Em 1900, os primeiros seminaristas foram para o noviciado.
A Custódia
Considerando que a Ordem já estava bem implantada na região, com fundadas esperanças de vir a ser uma Província, o Ministro Geral, Frei Vigílio de Valstagna, por decreto de 30 de abril de 1937, elevou a Missão a Custódia de São Paulo. Nessa época os capuchinhos formados em São Paulo já eram sessenta (com mais 32 trentinos), e tinham todo o processo de formação solidamente implantado.
Um Comissário Geral
Em 1947, depois de uma visita geral feita por Frei José de Bento Gonçalves, foi-nos enviado um Comissário Geral, na pessoa de Frei Caetano de Montebello, da Província do Rio Grande do Sul. Mas a Custódia não foi transformada em Comissariato Geral.
O Comissário Provincial
Por decreto de 8 de setembro de 1950, o Ministro Geral Frei Benigno de SantIlario Milanese transformou a presença dos capuchinhos em São Paulo em um Comissariato Provincial, tornando-o independente da Província de Trento e reduzindo o território à parte leste do Estado.
Nesse tempo, contávamos com 146 frades.
O primeiro Comissário Provincial foi Frei Plácido de Descalvado, que já tinha sido Custódio Provincial e imprimiu um novo dinamismo. Nesse ano de 1950 foi iniciado o boletim oficial "Regra e Vida".