Necrologia

Selecione o Mês:

Frei Mansueto de Valfloriana

27/05/1863
01/02/1921

* Valfloriana (Itália), 27.05.1863
+ Taubaté-SP, 01.02.1921

Frei Mansueto (Virgílio Barcata) nasceu aos 27 de maio de 1863. Era filho de João Batista e Margarida Barcata. Vestiu o hábito a 16 de outubro de 1879; professou solenemente a 2 de julho de 1884. Foi ordenado sacerdote aos 11 de julho de 1886.

Quatro anos depois partia para o Brasil, chegando a Piracicaba aos 24 de julho de 1890, com os colegas Frei Gregório de Rumo e Frei Benjamim de Vigo Meano. Residiu quase sempre nos conventos de Taubaté, Piracicaba e São Paulo, dedicando-se muito ao magistério em seminários e estudantado. Foi um dos primeiros professores do Colégio Seráfico fundado em 1896, ali lecionando de 1896 a 1901; nesse ano prossegue como professor e guardião em Piracicaba até 1904. Em seguida vai a São Paulo, no teologado, de 1905 a 1907; depois, a Taubaté, de 1907 a 1911. De 1911 (outubro) até junho de 1912 esteve como missionário em Jataí, no Paraná. Esteve também como vigário por certo tempo em Conceição de Monte Alegre.

Como professor lecionou Dogma, Moral, língua hebraica, música e Direito Canônico. Homem de vasta cultura e ampla inteligência, dedicava-se de corpo e alma aos estudos e ao apostolado.

Por várias vezes Frei Mansueto foi Conselheiro da Missão. Nomeado Superior Regular, não aceitou o cargo, preferindo prosseguir como professor no colégio diocesano de Taubaté (1919) onde consagrou grande parte da vida formando futuros sacerdotes e religiosos.

Seu ex-aluno Frei Liberato o chamou de “ un gran cuore, sotto una ruvida corteccia”.

Frei Mansueto faleceu em Taubaté a 1º de fevereiro de l92l, antes de completar seus 58 anos de idade.

Frei Jacinto de Prada

11/10/1935
04/02/1935

* Prada (Itália), 11.10.1883
+ Piracicaba-SP, 04.02.1935

Com Frei Liberato, Frei Jacinto (Guido Zenatti) foi um dos 10 missionários jovens que chegaram ao Brasil a 17 de março de 1907.

Nasceu a 11 de outubro de 1883; filho de Francisco Zenatti e Teresa Moschini. Vestiu o hábito a 21 de novembro de 1899; profissão simples a 25-11-1900; solene, 18-10-1904. Ordenado a lº de julho de 1906.

Como Frei Liberato, concluiu os estudos no Brasil.

Seu primeiro campo de trabalho foi Taubaté como professor no Colégio Seráfico. Tendo sido transferido o Estudantado de São Paulo para Piracicaba, no ano de 1909, Frei Jacinto foi designado professor no mesmo. Dois anos depois, a 27 de junho de 1911, novamente para Taubaté, como Diretor do mesmo Colégio Seráfico. A 20 de dezembro de 1911 também os seminaristas são transferidos para Piracicaba e Frei Jacinto prossegue como professor e guardião do Convento. Em 1916 o colégio é fechado. Frei Jacinto volta para Taubaté, onde reside até 1919; dali vai para Botucatu, como guardião, até 1924.

De 1927 a 1930 e de 1932 a 1935, foi guardião em Piracicaba. E como tal, amenizava bastante a vida dos Noviços severamente conduzidos por seu primo Frei Felicíssimo de Prada. Enquanto este se recolhia a seu quarto, Frei Jacinto se entretinha com os jovens, dispensando-lhes o silêncio tão rigoroso exigido pelo Mestre.

Era homem de ampla visão e de grande bondade e caridade. Chamado "Pai dos Pobres", simples entre os simples, era muito querido por frades e pelo povo. Sua longanimidade e prodigalidade nem sempre foram compreendidas por alguns colegas. Considerado bastante cumpridor da célebre "observância regular", não reduzia a isso as suas virtudes, mas a estendia especialmente a uma vivência de fraternidade, compreensão e perdão.

Ainda moço, com apenas 52 anos, veio a falecer a 4 de fevereiro de 1935, como Guardião de Piracicaba.

Uma Rua de Piracicaba traz o nome de Frei Jacinto.

Frei Germano Chisté

08/01/1913
04/02/2004

* Pindamonhangaba-SP, 08.04.1913
+ Santos-SP, 04.02.2004

Frei Germano nasceu em Piracuama, município de Pindamonhangaba-SP, aos 08 de abril de 1913. Seu nome de batismo e civil era Francisco Chisté. Era filho de Henrique Chisté e Escolástica Gonçalves Chisté. Foi batizado pelo monge trapista francês Frei Leão no Santuário Senhor Bom Jesus, em Tremembé, no dia 2 de setembro de 1913. Com seis anos de idade começou a freqüentar o Externato Santa Clara anexo ao convento dos Frades Capuchinhos em Taubaté. Em 1920, com sete anos de idade, foi para uma espécie de Pré-Seminário numa casa da família Ferraz, em Piracicaba. Fez a Primeira Eucaristia no convento Sagrado Coração de Jesus, em Piracicaba, e foi crismado por Dom Joaquim Mamede da Silva Leite, Bispo de Campinas-SP. Com apenas nove anos ingressou no Seminário São Fidélis em São Manoel aos 22 de julho de 1922.

Noviciado e Profissão

Vestiu o hábito franciscano capuchinho, iniciando o noviciado no convento Santa Clara, Taubaté, aos 17 de fevereiro de 1929. Foi seu Mestre Frei Ricardo de Denno. Fez a profissão temporária, perante Frei Tiago de Cavêdine, no convento Santa Clara, aos 23 de fevereiro de 1930. Emitiu a profissão perpétua, perante Frei Manoel de Seregnano, no convento Imaculada Conceição, São Paulo, no dia 3 de maio de 1934.

Filosofia, Teologia e Ordenação

Estudou Filosofia e Teologia em São Paulo nos anos 1930 a 1932 e 1933 a 1936. Dom Frei Luís Maria de Santana conferiu-lhe a Primeira Tonsura e as Ordens Menores nos dias 20 e 21 de agosto de 1933, em São Paulo. Foi ordenado Subdiácono por Dom José Gaspar de Afonseca e Silva aos 10 de novembro de 1935 e Diácono por Dom Duarte Leopoldo e Silva, aos 8 de março de 1936, em São Paulo. Recebeu a Ordenação Sacerdotal pela imposição das mãos de Dom Frei Luís Maria de Santana, na igreja Imaculada Conceição de São Paulo, no dia 6 de junho de 1936. Concluiu os estudos em novembro de 1936. Concluído o Curso Teológico, Frei Germano foi transferido para o convento São José de Mococa para lecionar Filosofia. Aí permaneceu durante todo o ano de 1937.

Em Roma

Em julho de 1938 partiu para Roma, Itália, para cursar Filosofia na Pontifícia Universidade Gregoriana. Partiu de Santos no dia 1º de julho de 1938, chegando a Genova, aos 14 de julho do mesmo ano. Permaneceu em Trento por três meses. De lá viajou para Roma, chegando ao Colégio Internacional no dia 8 de outubro de 1938. Em novembro começou a freqüentar a Universidade Gregoriana, inscrevendo-se na Faculdade de Filosofia e Sociologia. Concluiu os estudos em fevereiro de 1942. Permaneceu em Roma até fevereiro de 1942, quando defendeu tese, obtendo a láurea em Filosofia e Sociologia.

Em Porto - Portugal

Concluídos os estudos em Roma, recebeu obediência para lecionar Filosofia em Porto, Portugal. Aí permaneceu até outubro de 1942. Tendo o Brasil entrado na guerra, foi obrigado a retornar à sua pátria, saindo de Lisboa no dia 4 de outubro. Depois de longa viagem cheia de perigos e dificuldades, chegou ao Rio de Janeiro aos 25 de dezembro de 1942.

Professor

Já em São Paulo, Frei Germano foi nomeado Diretor dos Estudos e professor de Filosofia no convento São José de Mococa. Aí permaneceu desde início de 1943 até dezembro de 1945. Depois de dois anos em São Paulo, retornou para Mococa como Prefeito dos Estudos, Lente e Guardião do convento São José, até 10 de janeiro de 1954. De 1960 a 1963, esteve novamente em Mococa como professor de Filosofia e Guardião nos anos 1961 a 1962. Na década de 1970 lecionou Filosofia no Curso Integrado de Filosofia e Teologia de Nova Veneza-SP.

Ministério Sacerdotal

Nos anos de 1946 e 1947, Frei Germano exerceu o cargo de Pároco da paróquia Imaculada Conceição, em São Paulo e Diretor do IMACO (Instituto Imaculada Conceição) de janeiro de 1954 a dezembro de 1956. Aos 15 de janeiro de 1963 foi transferido para o Santuário Nossa Senhora de Lourdes, Botucatu, como Guardião do convento. Em janeiro de 1966 recebeu a última transferência para a paróquia Santo Antônio do Embaré, Santos-SP, como encarregado do expediente paroquial. Aí permaneceu até seu falecimento aos 4 de fevereiro de 2004.

Definidor Provincial

No 1º Capítulo Provincial realizado no convento Imaculada Conceição, São Paulo, de 21 a 23 de dezembro de 1953, Frei Germano Chisté foi eleito 2º Definidor Provincial. No 4º Capítulo Provincial, realizado em São Paulo, nos dias 11 a 12 de dezembro de 1962, Frei Germano foi eleito 3º Definidor Provincial para o triênio 1963 a 1965.

Ministro Provincial

Em janeiro de 1957, no 2° Capítulo Provincial, realizado no convento Imaculada Conceição, São Paulo, Frei Germano foi eleito Ministro Provincial. Foi o 2° Ministro Provincial da Província e o 1º brasileiro da Província dos Capuchinhos de São Paulo.

Falecimento

Frei Germano Chisté sempre gozou boa saúde. Já aos 85 anos de idade não precisava tomar remédios. Era moderado na alimentação. Não dispensava um copo de vinho nas refeições, um ou outro charuto durante o dia e cervejinha à noite. Na alimentação e na maneira de se cuidar, seguia os costumes romanos. Com isso chegou a viver mais de 90 anos.

Em dezembro de 2003, era notório seu definhamento físico, voz sumida e dificuldade na coordenação e comunicação de idéias. Colocava resistência ao tratamento de uma grande hérnia inguinal. Os médicos detectaram um tumor maligno na próstata. Cirurgia em um paciente de 90 anos seria fatal. O enfraquecimento foi tal que exigiu internação. Poucos dias depois de internado ficou inconsciente, foi definhando até ir a óbito na madrugada do dia 4 de fevereiro de 2004. Faleceu no Hospital Ana Costa em Santos.

Frei Joaquim Dutra Alves, O.F.M. Cap

Frei Avelino Ortoloni

10/04/1921
05/02/2009

05/02/2009

* Rio das Pedras-SP, 10.04.1921
+ Piracicaba-SP, 05.02.2009

“Com seu caráter forte e emotivo, disse mais de uma vez que não teria querido como criança ser frade. Passara por Rio das Pedras um circo e ele se encantara. Queria ir embora com o circo. Queria fazer malabarismos, queria dar espetáculo...circense. O pai não admitiu. No início do ano seguinte o colocaram no Seminário São Fidélis de Piracicaba onde estudou por alguns anos, até que se decidiu pela vida capuchinha como irmão leigo, indo então para o noviciado. Na época entendia-se que os irmãos leigos não precisavam e não deviam estudar” (Frei Odair Verussa na homilia da missa exequial).

Frei Avelino (Frei Camilo) nasceu em Rio das Pedras-SP, aos 10 de abril de 1921. Era filho de Atílio Ortolani e de Eliza Bertoli. Foi batizado pelo Pe. Hilário Ferraz, na igreja matriz de Rio das Pedras, no dia 1º de maio de 1921 e crismado por Mons. Ernesto de Paula, em Jundiaí, aos 24 de dezembro de 1939. Fez a primeira Eucaristia na igreja São Pedro, Mombuca, aos 29 de junho de 1931. Cursou os primeiros estudos em Mombuca. Vestiu o hábito de Postulante e iniciou o noviciado no convento Santa Clara, em Taubaté, aos 31 de agosto de 1942. Foi seu Mestre Frei Epifânio Antônio Menegazzo. Emitiu a profissão simples (temporária), perante Frei Felicíssimo de Prada, aos 17 de setembro de 1943 e a profissão solene (perpétua), perante Frei Plácido Bruschetta, na Basílica Santo Antônio do Embaré, em Santos, no dia 4 de outubro de 1946.

Frei Avelino, depois de doloroso sofrimento num penoso calvário, faleceu no dia 5 de fevereiro de 2009, às 17 horas, no Hospital dos Fornecedores de Cana, em Piracicaba. Seu corpo foi velado na igreja do convento Sagrado Coração de Jesus, em Piracicaba. Às 13 horas do dia 6 de fevereiro, Frei Sermo Dorizotto, Ministro Provincial, presidiu a missa exequial concelebrada por alguns sacerdotes capuchinhos e participação dos frades, noviços, postulantes, Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, familiares e fiéis de Rio das Pedras e de Piracicaba. Celebradas as exéquias, seu corpo foi levado para ser sepultado no jazigo dos Frades Capuchinhos, no Cemitério da Saudade, em Piracicaba.

Frei Inácio de Rovereto

10/10/1855
06/02/1927

* Rovereto (Itália), 10.10.1855
+ Trento (Itália), 06.02.1927

Frei Inácio (Albino Zanolli) nasceu aos 10 de outubro de 1855. Era filho de Francisco e de Luísa Zanolli.

Vestiu o santo hábito aos 14 de outubro de 1873. Primeira profissão a 14 de outubro de 1874. Profissão solene a 14 de outubro de 1877. Ordenação a 14 de julho de 1878.

Frei Inácio foi Provincial de Trento, de 1898 a 1901.

Aos 7 de junho de 1900, após 24 dias de viagem chegava a São Paulo para uma visita canônica e teve oportunidade de sentir de perto o que viviam seus devotados súditos por estas regiões. Em agosto voltava para Trento, levando consigo Frei Luís de São Tiago que posteriormente, em 1902, deixaria o Brasil, após ter lançado os fundamentos da Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria.

Lá chegando, Frei Inácio fez completo relatório ao Geral sobre a visita que fizera, ressaltando:

“Pude admirar a abnegação, a vida de sacrifício daqueles bons religiosos. Estão continuamente ocupados, na escola, no apostolado, na cidade,... nos distantes e extensos sítios e matas... Por isso, quase não se pode entender como conseguem manter inalterável a mais exata observância regular exigida numa casa de Noviciado (em Piracicaba). Ali pude ver de perto a vida missionária e ter uma idéia precisa das fadigas dos confrades... Por mais longo que seja o dia e até parte da noite, o trabalho é contínuo e tão grande que deixa a gente totalmente prostrado, o que quase não se nota, pois fica-se muito bem compensado com o afeto e docilidade daqueles pobres filhinhos que ouvem a Palavra do Sacerdote... com a edificação com que todos participam dos sacramentos, com o desvelo em pôr em ordem seus Matrimônios realizados como Deus quer e muitas vezes como não quer.

“Jamais esquecerei os dias de grande fadiga, sim, mas também de grande consolação pelo bem que fizemos àqueles pobres abandonados que bem o sabem valorizar”...

O provincial se refere aí, a uma visita que fez a um dos sítios de Piracicaba. Relata também o trabalho desenvolvido em São Paulo e em Taubaté.

Oito anos mais tarde, a 20 de dezembro de 1908, Frei Inácio chegava, em companhia do Comissário Frei Camilo de Valda, para trabalhar por aqui. Foi professor de Teologia em Piracicaba, onde também foi guardião, de janeiro de 1909 a junho de 1910.

Sua permanência aqui foi breve, pois nesse mesmo mês de junho voltava para a Europa. Ao que parece era um tanto nervoso, pois os estudantes se rejubilaram com sua partida.

Faleceu na Província de Trento aos 3 de fevereiro de 1927.

Além de trabalhar no Brasil, Frei Inácio trabalhou também por três anos na Mesopotâmia.

Veja Mais