Há anos a história se repete: jovens são acolhidos pelos frades capuchinhos no Seminário São Fidélis, em Piracicaba, para que possam discernir a sua vocação. O que há de novo em cada Encontro Vocacional são as histórias. Aqueles que vem trazem na mala diversos medos, questionamentos, incertezas e até afirmações. Mas de ninguém escapa sair daqui com mais e novas reflexões, e a esperança de que a vontade de Deus se torne mais clara para que eles tomem uma decisão acertada.
Conversamos com o Alyson
Alyson, de 23 anos, natural de São Paulo, se uniu a outros 20 jovens neste final de semana. Como trabalha de segunda a sábado, chegou na tarde do dia 15. “O pessoal do trabalho, assim como todo mundo, me apoia muito. Fazem até brincadeira dizendo que não vou casar, ou pedem uma benção...”. Ele está no seu sexto Encontro Vocacional e sentiu o chamado para discernir a sua vocação há alguns anos, quando fazia catequese na igreja dos capuchinhos em São Paulo.
Embora sejamos imediatistas, sabemos que o tempo de Deus não é bem assim, e nem sempre as decisões tomadas no impulso são as mais acertadas. Alyson comenta que precisou vivenciar outras experiências em sua vida profissional, de estudos e até amorosa, numa experiência de noivado, para amadurecer e enxergar melhor a possibilidade de seguir (ou não) a vida franciscana. “Hoje vejo um Alyson mais calmo, que está vivendo o processo com mais calma, e sinto que encontrei outra família. Se eu realmente entrar esse ano [no aspirantado] só vou mudar de casa, porque na realidade a minha outra família eu já encontrei”, comentou.
É certo que muitos jovens buscam a vida de frade capuchinho inspirados em diversas figuras, como São Frei Pio de Pietrelcina. Mas, a vida religiosa consagrada exige entrega e um desprendimento que vão além desse chamado inicial. Para Alyson, a vida consagrada, apesar das dificuldades, é uma forma dele sentir-se íntimo de Deus. “Viver a pobreza, a simplicidade, não ficar só – como Ele não ficou aqui –, ou seja, viver o Evangelho como Ele viveu me inspiram, e Francisco, com Clara, seguiram esse caminho de radicalidade”, disse.
Muito devoto de Santa Clara, Alyson inspira-se na força desta mulher que, mesmo com as limitações impostas no seu tempo, largou tudo, peitando quem fosse necessário para seguir Jesus ao estilo de Francisco que em muitos momentos de crise também recorria a ajuda dela para não desistir.
A história de Alyson é mais uma entre tantos jovens que buscam nos encontros vocacionais respostas para a vida, e os frades deixam muito claro que talvez este caminho não será traçado com eles, mas só de encontrar alguém disposto ouvir e a ajudar nessa fase tão complexa e muitas vezes confusa já é uma grande esperança. Decidindo por este caminho ou não, é certo que os estes jovens nunca se esquecerão dos dias vividos no Seminário São Fidélis.
O próximo encontro vocacional acontecerá em abril.
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Paulo Henrique (Assessoria de Comunicação e Imprensa, São Paulo - SP)