No silêncio e tranquilidade da Serra de São Pedro, no Seminário Santo Antônio, os frades capuchinhos de São Paulo estiveram entre os dias 17 e 20 de fevereiro reunidos em retiro. Todos os anos os frades fazem este evento durante o tempo da Quaresma, um momento realmente propício para nos retirarmos e termos um encontro mais profundo com Deus e consigo mesmo, mas, em 2020, por mudanças na agenda da Província, o retiro foi realizado antes.
Deste episódio anual da vida fraterna franciscano-capuchinha, podemos destacar três lições quase universais, para todo cristão, e, porque não, para cada ser humano que tenha interesse em evoluir espiritualmente:
1. Não é preciso esperar momentos oportunos para retirar-se
Como dito anteriormente, neste ano, o Retiro dos frades foi realizado antes do início do tempo da Quaresma. Isso nos faz pensar sobre como não precisamos esperar momentos específicos na nossa vida para realizar um retiro. Claro que o tempo quaresmal exige uma interiorização ainda maior, mas nada impede que façamos este caminho também no resto do ano, seja antes (como os frades) ou depois da Quaresma. Não é preciso esperar aquele momento de Deserto espiritual
2. Ter um orientador
Nos retiros anuais dos capuchinhos, há sempre o que chamamos de um “pregador”. Não se trata daquele objeto que usamos para pendurar roupas no varal (rs), mas a palavra vem do latim PRAEDICARE, que significa predicar (ensinar uma doutrina, ou, ensinar através de palestras). O pregador é como um guia que conduz os trabalhos, com reflexões e apontamentos oportunos ligados ao tema em questão. Neste caso, quem conduziu o retiro dos frades foi Pe. Ronaldo Zacharias.
3. O silêncio
Durante o retiro, conversamos com o Frei Rogério, que foi muito enfático em dizer que o silêncio é fundamental para reflexão. “Muitos anos atrás ainda se fazia silêncio nos retiros. Os mais novos são mais acostumados com barulho, uma rotina mais caótica e agitada, e talvez seja mais difícil para eles entrar numa realidade quase transcendente: o indivíduo ter possibilidade de entrar dentro de si e descobrir a transcendência de Deus”.
O Frei conclui que “a vida está sempre em movimento: se hoje alguma coisa nos ajuda a aprofundar, a entrarmos dentro de nós mesmos, em outro momento faz o contrário, ajuda a dispersar, esquecer o objetivo e a razão de viver deixando se envolver por aquilo que o mundo de hoje propõe. O retiro é para fazer essa análise: ver o passado, ver o hoje e ver como você projeta o amanhã. Como trabalhar para ser mais fiel àquele chamado de Deus, a sua vocação. ”
No silêncio e tranquilidade da Serra de São Pedro, no Seminário Santo Antônio, os frades capuchinhos de São Paulo estiveram entre os dias 17 e 20 de fevereiro reunidos em retiro
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Paulo Henrique (Assessoria de Comunicação e Imprensa, São Paulo - SP)