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Frei Calisto: 'que quanto mais passe o tempo, eu não perca a oportunidade de fazer o bem'

11/07/2016 - 17h07
Os 60 anos de ordenação presbiteral de Frei Calisto Pessotti, em uma inspiradora entrevista

Frei Calisto Pessotti completou, no dia 24 de junho, 60 anos de ordenação presbiteral. Na Basílica do Embaré, foi preparado um tríduo em celebração a esta tão importante data. ''Eu achei muito oportuna essa celebração que fizeram pra mim, pois favorece o espírito comunitário e ao mesmo tempo, vocacional. O importante não é ser padre ou frade, é ser Cristão.”

A história de Frei Calisto se confunde com a da cidade de Santos devido ao longo período em que o frade por ali vive. A cidade tem grande importância para ele. Além de viver ali há mais de 30 anos à serviço do povo, já frequentava o litoral desde o período em que estudava. “Era obrigatório que os Capuchinhos usassem barba. Por isso éramos chamados, no porto de Santos, de ‘Bodes’. Quando passávamos eles gritavam: Berr Berr, olha o bode passando”.

O futuro de Frei Calisto no catolicismo era praticamente certo. De família católica muito praticante, rezava o terço, em família, todas as noites, além de estudar em colégio de freiras. Após um período cursando escola pública, entrou no seminário, aos 11 anos. “Do seminário ao estudantado, sempre fui o mais novo da turma. Hoje, depois de nos tornarmos frades, só eu estou vivo”.

Quando cursava o primeiro ano, sua irmã, um ano e meio mais velha, reprovou no colégio. Sua mãe pediu então a freira responsável pela escola que também reprovasse Frei Calisto, que refez, mesmo sem precisar, parte do colegial. “Eu repeti por solidariedade”, diz ele. Segundo Frei Calisto, tal fato foi importante para que ele entrasse no Seminário com uma melhor base, sobretudo com relação à ortografia, que estava em mudança na época. ”Por já saber muita coisa, eu levava tudo na brincadeira”. 

Frei Calisto conta, dando risada, que sempre foi o mais levado da turma. “Os castigos que tinham, eu fazia graça. Se o castigo era ficar ajoelhado, apostávamos quem fica mais tempo ajoelhado, e assim por diante”.

Aos 84 anos esbanja grande vigor. Ao ser convidado para tirar umas fotografias na praia, nos disse: “o médico me recomendou mesmo, vamos lá!”. Com certo receio de como Frei Calisto lidaria com a situação, ficamos surpresos com sua disposição. Ao alerta-lo sobre o semáforo aberto, fomos surpreendidos com a resposta: “atravessamos correndo!”. Na rua, pessoas paravam Frei Calisto, a todo momento, para dar testemunho da importância do frade em sua vida. Um homem, de bicicleta, nos seguia durante as fotos. “O senhor celebrou o meu casamento, há 25 anos”, dizia emocionado após abordar o frade que atendia a todos com enorme simpatia.

Com uma história marcante, que serve de exemplo para os atuais e futuros Capuchinhos, e com 60 anos de vida presbiteral, Frei Calisto ainda tem um objetivo: “Eu não esperava chegar aonde cheguei, principalmente por conta dos meus acidentes, já até me afoguei no Rio Piracicaba. O que eu peço é que quanto mais passe o tempo, eu não perca a oportunidade de fazer o bem, assim como Francisco fez”.


Algumas citações foram editadas para melhor compreensão

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Paulo Henrique (Cúria Provincial - Província dos Capuchinhos de São Paulo)

Luiz Henrique
03 de abril de 2018
Frei Calixto. Para mim um homem Santo.
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