O capuchinho que transformou uma favela

Em 18 de outubro de 1998 falecia Frei Francisco Erasmo Sigrist. O frei capuchinho foi revolucionário para a comunidade do Jardim Glória, em Piracicaba. Seu trabalho transformou a Favela em uma Comunidade, espelhando-se em vilas suíças. A realidade daquelas famílias, como o próprio Frei Sigrist relatou, era desumana, sem acesso a saneamento básico ou condições dignas de moradia.

20 anos depois de sua morte, diversas homenagens estão sendo realizadas em Piracicaba, onde por 13 anos os capuchinhos mantiveram uma fraternidade instalada dentro da favela. O historiador Claudinei Pollesel vê na vida do frei um “prato cheio para quem gosta de pesquisar” e atribui ao frade, encontrado morto na cozinha do barraco em 1998, o título de uma figura cativante e inspiradora. De fato, como recordam os moradores, o testemunho vivo do Evangelho que Frei Sigrist vivenciou atraiu jovens da região para a vocação aos mais pobres e até à Vida Religiosa e Presbiteral e criou um clima de fraternidade e generosidade entre os moradores que perdura até hoje.

Sobre Frei Sigrist:

Frei Francisco Erasmo Sigrist nasceu em Helvétia, Indaiatuba-SP, em 30 de maio de 1932. Exerceu 15 anos de ministério sacerdotal em Piracicaba. Depois de ordenado, em janeiro de 1984, foi para o Convento e Paróquia Sagrado Coração de Jesus, como vice-mestre de noviços e vigário paroquial.

Em janeiro de 1985 iniciou seu trabalho junto à Fraternidade Nossa Senhora da Glória, uma favela de Piracicaba, onde viveu em busca da realização social e vida religiosa, até sua morte em 18 de outubro de 1998. Morreu no interior do barraco vitimado por um infarto.

Na época em que Frei Sigrist morou no barraco, a comunidade contava com 30 famílias, que atuavam na construção de suas casas por meio de mutirão, com verba que ele conseguiu junto a entidades suíças.