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13/05/2024

Bem-aventurados João de Cetina e Pedro Dueñas

Religiosos, mártires da Primeira Ordem (1380-1397). Clemente XII aprovou o seu culto a 26 de agosto de 1731.

 

João de Lourenço, nascido em Cetina (Aragão – Espanha), depois de haver estado a serviço de um nobre senhor, levou vida eremítica nas cercanias de Murcia. Voltando para Aragão tomou o hábito franciscano entre os Frades Menores de Monção. Terminados os estudos no convento de São Francisco, em Barcelona, ordenou-se sacerdote, dedicando-se com êxito à pregação. Ao chegar a notícia do martírio de São Nicolau Tavelic e companheiros, em Jerusalém (1391), foi a Roma para solicitar de Bonifácio IX licença para ir à Terra Santa. O Pontífice lhe negou essa graça, porém, concedeu-lhe a faculdade de pregar o Evangelho entre os infiéis.

Voltando para a Espanha em 1395, Frei João se dirigiu para Córdova, destinado ao novo convento de São Francisco do Monte e levou uma vida de contemplação. Ali se reuniu com Frei Pedro de Duenãs (Palência).

Pedro nasceu em Duenãs (Espanha) e muito jovem ingressou na Ordem dos Frades Menores na qualidade de religioso leigo. Tinha uns dezoito anos e há pouco havia se consagrado ao Senhor com a profissão religiosa quando aceitou com muito entusiasmo a proposta de Frei João de Cetina para ser seu companheiro na árdua missão de evangelizar os mouros. Foi muito contente, também pelo fato de Frei João de Cetina ter sido seu mestre durante o noviciado.

Obtida a licença de seus superiores para ir pregar o Evangelho aos mouros de Granada, os dois entraram na cidade no dia 8 de janeiro de 1397, domingo. Alegraram-se sobremaneira por poder pregar a fé em Cristo a tantos pobres infelizes irmãos. O objetivo de sua missão era sublime: anunciar a fé em Cristo aos sarracenos. Mas logo foram aprisionados e conduzidos à presença do juiz. Este os interrogou a respeito de sua missão. Os religiosos responderam firmemente que tinham ido a Granada com o fim de anunciar a fé em Cristo e exortá-los a abandonar a religião de Maomé. O juiz riu-se de suas pretensões e pensou que fossem loucos. Aconselhou-os que, se quisessem salvar a própria vida, abandonassem imediatamente a cidade. Os intrépidos defensores da fé insistiram na necessidade de abraçar a fé cristã porque é a única verdadeira. João, movido por divina inspiração, propôs-lhes a prova de fogo, porém o juiz não aceitou; deu ordens para que fossem conduzidos à casa de algum cristão, a fim de que fossem logo afastados da cidade. Depois de algum tempo de silêncio, apareceram novamente nas praças públicas anunciando a fé cristã. Os sarracenos não tardaram em levantar-se contra eles, acusando-os novamente no tribunal como perturbadores do povo e blasfemos contra o seu grande profeta.

Os ardorosos apóstolos da fé, que pressentiam morte próxima, quiseram preparar-se pela confissão e bênção do coirmão português Pe. Eustáquio, capelão dos mercadores cristãos, e logo serenamente se apresentaram ao juiz. Foram condenados à prisão junto com os escravos cristãos para o cultivo dos vinhedos. A vida dos religiosos foi um verdadeiro e prolongado suplício. Mas estavam bem felizes em estar sofrendo por Deus, que morreu pela salvação da humanidade. Nos dias festivos, Frei João instruía na fé seus companheiros de prisão, alguns dos quais haviam deserdado da fé ou estavam vacilantes. Celebrava a missa numa pobre e estreita habitação com grande satisfação, que se fortaleciam na confiança em Deus, que proclama felizes os que sofrem por causa da justiça.

A prisão dos dois confrades durou mais de dois meses. De dia eram obrigados ao trabalho extenuante, e de noite, no cárcere, depois de um breve sono, dedicavam-se à oração. Pelos muitos padecimentos Frei Pedro enfermou gravemente por três semanas, entre a vida e a morte, com febre altíssima. Finalmente sarou e com isso alegrou-se, pois esperava dar a Deus o testemunho supremo de seu incondicional amor com o martírio, conforme sempre havia desejado. No segundo domingo de Páscoa o bem-aventurado João pronunciou um vibrante discurso aos cristãos e aos muçulmanos, explicando o Evangelho do Bom Pastor. Delineou a figura do Bom Pastor comparando-a com Maomé, o falso Pastor. O juiz chamou os missionários e os interrogou longamente. Nem com promessas, nem com ameaças conseguiu demovê-los de sua fé. Então se lançou furioso contra o Beato João e o golpeou terrivelmente na cabeça e ordenou imediatamente que fosse decapitado.

O juiz espera que o jovem Frei Pedro de dezoito anos, ante o corpo exânime de seu mestre, mudasse de parecer, abjurando a fé cristã para abraçar a de Maomé. Com promessas de dinheiro e de prazeres ele procurou demovê-lo, mas por fim irritado, cortou a cabeça do jovem mártir com um golpe de cimitarra. Era o dia 14 de maio de 1397.

Depois de alguns anos suas relíquias foram resgatadas por uns mercadores catalanenses e enviadas aos conventos franciscanos de Sevilha e de Córdova, e à Catedral de Vich. Em 1583, a Província Franciscana de Granada os escolheu como seus patronos.

Fonte: “Santos franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola.