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28/07/2024

Santa Afonsa da Imaculada Conceição

Virgem da Terceira Ordem Regular (1910-1946). Clarissa Terceira de São Francisco de Malabar. Beatificada em Kottayam, Índia, por João Paulo II no dia 8 de fevereiro de 1986.

 

Annakutty (diminutivo de Ana) Muttathupadathu nasceu em uma aldeia de Kudamalur, na Índia, a 19 de agosto de 1910. Seu batismo foi feito no rito católico siro-malabar.

Foi ela a última de cinco filhos, em uma família cristã de origem nobre. Tendo ficado órfã de mãe aos três meses de idade, foi criada por uma tia materna, recebendo a educação de um tio sacerdote. A avó materna a iniciou na fé, incutindo-lhe o amor pela oração já na primeira infância, pois com a idade de 5 anos já conduzia aos orações noturnas em sua casa, costume do rito oriental ao qual a família pertencia. Aos sete anos recebeu a Primeira Eucaristia, e gostava de comentar com as amigas: “sabem por que estou tão feliz hoje? É porque tenho Jesus no coração”.

A irmã de sua falecida mãe, que a criava, insistia com ela para que se casasse aos 13 anos com um notário (na Índia eram — e continuam sendo — muito comuns os casamentos programados por familiares sem que os nubentes participem da decisão). Porém seu coração já estava entregue a Deus: queria tornar-se religiosa. Chegou a pôr o pé sobre brasas incandescentes (queimando-se gravemente) ao concluir que tornando-se parcialmente desfigurada o nenhum homem se interessaria por ela. O incidente teve o resultado esperado: sua tia desistiu da intenção de casá-la.

Ajudada pelo Pe. James Muricken, que a introduziu na espiritualidade franciscana, ingressou Annakutty no noviciado das religiosas clarissas em 1927, e em 1936 fez a profissão perpétua, tendo por nome religioso Afonsa da Imaculada Conceição (alusão a Santo Afonso Maria de Ligório cuja festividade se comemorava no dia).

Sua constituição orgânica frágil levou-a a passar por muitos sofrimentos físicos, os quais enfrentava com resignação. Um dos calvários pelos quais passou foi o desejo de suas superioras para que ela voltasse para casa, já que sua delicada saúde era considerada um obstáculo para a vida religiosa, mas com a ajuda celeste esse problema foi superado.

A despeito de suas limitações físicas, a penitência era-lhe motivo de admiração: “para cada pequena falta pedirei perdão ao Senhor e a expiarei com uma penitência; sejam quais forem os meus sofrimentos, não me lamentarei jamais, e quando tiver de enfrentar qualquer humilhação procurarei refúgio no Sagrado Coração de Jesus”, registrou Afonsa em seus escritos. A pequena via de Santa Teresinha do Menino Jesus foi o caminho que seguiu, porém em meio a grandes sofrimentos orgânicos que se abateram sobre sua frágil saúde.

Faleceu em 28 de julho de 1946 em Bharananganam (Kerala), no convento das clarissas, pronunciando os nomes de Jesus, Maria e José. Foi ela beatificada por João Paulo II em 8 de fevereiro de 1986 e canonizada por Bento XVI em 12 de outubro de 2008. No momento da canonização, ocorrida no Vaticano, numerosos cristãos, hindus e muçulmanos reuniram-se junto a seu túmulo em Bharananganam.

A sepultura da beata Alfonsa, em Bharananganam, perto de Kottayam, recebe a visita de numerosíssimos fiéis durante o ano.

O primeiro santo da Índia – recorda a CBCI – é o jesuíta Gonzalo García, nascido em Vasai, perto de Bombaim. Foi canonizado em 1862. Morreu mártir em Nagasaki (Japão) em 1597, com São Paulo Miki e outros companheiros.

Fonte: “Santos franciscanos para cada dia”, edizioni Porziuncola