Quando estiver na procissão, olhe para trás.Há cento e quarenta e seis anos os frades capuchinhos motivam o povo devoto de Itambacuri e região a celebrar a Exelsa Padroeira, Nossa Senhora dos Anjos.
O dia dois de agosto, importante e tradicional na região dos Vales do Mucuri, Rio doce e Jequitinhonha trás fiéis e devotos à cidade, reúne as famílias e anima frades e fiéis a renovarem sua fé, esperança e devoção.
Neste ano o Santuário que tem por missão propagar o perdão de Assis e a verdadeira devoção a Nossa Senhora começa a preparar-se para o seu jubileu de cento e cinquenta anos.
A tradicional novena, com missas lotadas desde as cinco da manhã, o grande número de confissões atendidas pelos frades e as tradicionais romarias do dia dois, ainda que se repitam todos os anos, sempre impressionam.
Itambacuri que é uma tranquila cidade de interior de Minas Gerais, se vê movimentada e agitada como se diz por aqui: ''tudo pela festa da padroeira." São meses de preparação para acolher bem e celebrar com devoção.
Devoção que não falta na piedade do povo simples, na seriedade e participação em todo o dia celebrativo, na dedicação e empenho de frades das diversas fraternidades da Província e povo fiel.
Mas o que impressiona é a procissão: uma multidão arrastada pela fé em Nossa Senhora e em seu filho Jesus. Maria vai a frente como quem rompe as barreiras e abre os caminhos, levando ao colo seu Filho Jesus e atrás deles, povo fiel e devoto. É bonito ver como pessoas tão diferentes, aos pés da Virgem e de seu Filho são um só povo de Deus, movidos por uma só fé e animados por uma só esperança.
No início do tríduo jubilar que teve como tema: Com Nossa Senhora dos Anjos, rumo aos cento e cinquenta anos de evangelização somos chamados a olhar para trás...
Em meio a procissão, no dia dois, vemos tantas pessoas, com intenções diversas e ano após ano, as vezes por toda a vida, acompanharam fielmente o cortejo da Senhora dos Anjos pelas ruas da cidade; nesse início do jubileu é importante que cada um olhe para trás e perceba que construiu-se uma história; Uma história escrita por índios e colonos, frades, homens e mulheres que encontraram em Deus força e esperança.
É o início de um tempo, de um jubileu, momento de se alegrar por cada vitória e pela perseverança do povo que a cada ano lota o Santuário em busca do perdão e do consolo da Virgem Maria.
Os olhos dos itambacurienses enchem-se de brilho nessa época e isso provoca a quem ler esta notícia a avaliar como tem sido a sua história pessoal com Deus e Nossa Senhora.
Celebrar um jubileu é olhar para trás, é ser grato, experimentar a alegria dos bons frutos, dos frutos maduros da evangelização.
O tríduo em preparação foi aberto com muito entusiasmo, esperamos, rezamos e confiamos para que continue assim até os cento e cinquenta e depois.
E que esse espírito jubilar nos impulsione a olhar o passado com gratidão, viver o presente com paixão e olhar o futuro com esperança; como diz o nosso querido papa Francisco.
Texto: Renato Junior, Postulante.
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Frei Geilton José Nunes Gomes (PARÓQUIA NOSSA SENHORA DOS ANJOS)